C. S. Lewis – Os Quatro Amores

C. S. Lewis – Os Quatro Amores

Os Quatro Amores

A Obra

Primeiramente, os quatro amores é uma obra de C. S. Lewis, publicada em 1960. Aqui o autor tenta reabilitar os amores naturais – afeição (storge), amizade (philia ou amicitia) e eros (eros) – que foram desgastados e esvaziados na modernidade, recuperando seus conteúdos propostos na Antiguidade e na Idade Média. Para isso, Lewis toma como ponto de partida o amor absoluto (caridade), considerando-o como o inventor de todos os amores.

O Verdadeiro Amor Segundo Lewis

Em segundo lugar, Lewis reúne duas premissas para problematizar a temática do amor na modernidade. A primeira delas é bíblica, escrita pelo apóstolo João: “Deus é amor”. A segunda, é de Denis de Rougemont (1906-1985, escritor suíço), segundo a qual “o amor só deixa de ser um demônio quando deixa de ser um deus”. O que Rougemont quis dizer? Que todo amor humano, em seu auge, tende a reivindicar para si uma autoridade divina. Sua voz tende a soar como se fosse a vontade do próprio Deus.

Dessa forma, é um amor que pede para não medirmos esforços, que exige uma devoção total, que procura anular todas as demandas e insinua que qualquer ato sinceramente praticado por amor é, por isso mesmo, legítimo ou mesmo louvável. Isso acontece, por exemplo, no amor erótico, no amor pela pátria, mas também numa afeição de família e na amizade, tornando-se, assim deuses. Neste sentido, Lewis destaca que o slogan “tudo por amor” é na verdade a sentença do próprio amor, pois não se relaciona com o amor absoluto (caridade). Em suma, quando o amor natural, seja ele qual for, torna-se um deus, transforma-se num demônio.

Quando desgovernados, os amores naturais não somente comprometem os outros amores como também deixam de ser os amores que eram, deixam de ser amores em qualquer sentido, pois, reivindicam sobre si a divindade. Para Lewis, todos os amores naturais tem uma propensão congênita a uma determinada doença, e todos são incapazes de salvar a si mesmos. Eles não bastam a si mesmos.


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Amor caridade Para Lewis

Mas, como evitar esse equívoco, esse perigo mortal? Lewis faz uso de uma máxima extraída do livro Imitação de Cristo (publicado no século 15), de Tomás de Kempis: “o superior não vive sem o apoio do inferior”. Para não se tornarem deuses e, assim, demônios, os amores naturais precisam ser governados como um jardim pelas mãos do jardineiro. A proposta de Lewis é que os amores naturais precisam se resignar a uma condição secundária para continuar sendo o que querem ser. É neste jugo que está sua verdadeira liberdade, sendo que eles ficam mais altos quando se curvam. Segundo Lewis, então, a caridade, como superior – possível somente pela graça, pela vida celestial – é capaz de transformar nossos amores naturais – afeição, amizade e eros.


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Fábio Mendes

Graduado em Teologia e em Ciências Sociais,

Mestre e doutor em Letras

Instagram: @fabiomendes7

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