Chegamos a mais um fim de ano. A cidade está toda decorada com luzes para a chegada das festas. Movimenta-se o comércio, gira-se a mercadoria e encontram-se ações de caridade na mídia. Compras, doações e agitação são vistas em toda parte, o que começou como uma festa cristã e familiar se tornou um evento comercial altamente lucrativo.
Dar presentes, doar alimentos e roupas ou se reunir com a família não são coisas ruins, muito pelo contrário, boas ações e comunhão devem permear a vida de toda pessoa, mas essas coisas só são completas quando acompanhadas de seu verdadeiro significado e motivação. Se quisermos restaurar o sentido, precisaremos redirecionar o nosso olhar para longe das luzes artificiais…
Numa noite escura uma promessa se cumpriu: veio a nós a Luz do Mundo. Na cidade de Belém, uma mulher deu à luz a um menino em uma estrebaria, pois não havia lugar para eles nas hospedarias. Assim, uma manjedoura abrigou os primeiros momentos de vida do Filho de Deus, que ocultava humildemente toda a sua glória ao vir a nós como um bebê.
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o SENHOR havia dito através do profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado Emanuel”, que significa “Deus conosco”. Mateus 1: 22–23
O próprio Deus se encarnou e se deu a nós, e esse é o sentido do Natal, relembrar e celebrar a bondade e generosidade de Deus Pai, que nos deu seu Filho, mesmo sem merecermos, para nos salvar e nos resgatar para si, enquanto aguardamos com obediência e devoção até que Ele volte!
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Esse ato de amor e entrega voluntários do Senhor é o que nos permite ser filhos de Deus. E como filhos do Pai, somos chamados a sermos imitadores de Jesus, agindo como seu representante no mundo:
“Não procurem apenas os próprios interesses, mas preocupem-se também com os interesses alheios. *Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora (sendo) Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de servo e nasceu como ser humano.” Fp 2:4-7
O Natal nos chama a uma espera ativa. Esperamos pela volta de Cristo enquanto servimos uns aos outros como Ele nos ensinou, refletindo a misericórdia e generosidade de Deus aos próximos. Que ótimo momento para repensar sobre como temos agido!
Só há duas maneiras de viver: uma vida de egoísmo e escravidão ou uma vida de serviço e liberdade. Ou vivemos para nosso próprio prazer e nos tornamos escravos da nossa vontade; ou vivemos para Deus e para o outro, servindo o Reino e amando pessoas, não olhando apenas para nós mesmos, mas cumprindo o “negue a si mesmo” por amor a Deus.
O verdadeiro espírito natalino está em doar, presentear, ajudar e ter comunhão. Não porque essas coisas têm que ocorrer em uma data fixa no calendário, mas, porque Cristo “nasceu” em nossos corações. Quando se alinham com o caráter de Jesus em nós e, motivadas pelo desejo de ser como Ele, essas ações ganham sentido completo e glorificam a Deus. Através da liberdade conquistada na cruz podemos voluntariamente sacrificar nossos próprios interesses ao fazer boas obras em favor de outras pessoas por todos os nossos dias, não apenas em datas festivas!
Conclusão
“É impossível nascer de Cristo, ser parte do Seu Corpo e não participar da sua natureza de voluntariedade, sendo um mero espectador. A formação de um coração voluntário não pode ser condicionado por influências externas, ele nasce de uma experiência real com Deus e, é revelado pelo quanto de Cristo conhecemos e temos em nós.”
Assim, que nesse Natal, e por toda nossa vida, Cristo seja o centro dos nossos corações. Que sejamos cheios de gratidão pela bondade de Deus e que Ele nos ensine a tratar os outros com misericórdia e generosidade, assim como Ele nos tratou.
Aproveite este dia especial para pensar em formas de demonstrar sua gratidão a Deus ao ser generoso com alguém.
Feliz Natal!
Júlia Fávari
Vida cristã, feminilidade e teologia.
Siga no Instagram: @jufavari
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